HIIT e síndrome do pânico: amigo ou inimigo?

Olá, tudo bom?

A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por um intenso medo com sintomas físicos e cognitivos, o que aumenta as chances de outros ataques. Embora os mecanismos fisiológicos ainda não estejam claros, alguns poucos dados na literatura apontam que o treinamento de intensidade vigorosa, como o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), induz um aumento das concentrações de lactato e β-endorfinas, que por sua vez aumentam as chances de outros ataques de pânico.

hiit e síndrome do pânicoPor outro lado, já é mais bem documentado que os exercícios de respiração profunda, como a ‪#‎meditação‬, são muito eficazes para melhorar a comunicação entre as áreas cerebrais que controlam o humor, as emoções (hipocampo, amígdala) e as funções cognitivas (córtex pré-frontal). Essas áreas tornam-se debilitadas nos transtornos da mente, logo é fundamental fortalece-las novamente.

Portanto, seguindo a ideia do quadro do Fantástico que busca exercícios mais apropriados para cada pessoa, na síndrome do pânico se sugere realizar principalmente exercícios de respiração e meditação, bem exercícios aeróbios e de força em intensidades moderadas.

Como se trata de um transtorno de ansiedade, a outra dica é seguir os pensamentos do preparador Nuno Cobra: “ocupe sua mente, e NÃO a PREocupe 😉!
Respire fundo e invista na sua saúde!

Até a próxima!

Saiba mais:
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Endorfinas na Depressão…qual melhor exercício?

Como já foi dito em outro post, o exercício físico aumenta a liberação das β-endorfinas na nossa corrente sanguínea, o que contribui para amenizar a dor e induzir um estado de euforia. Por outro lado, foi visto também que aumentos significativos dos níveis de β-endorfinas induziu um quadro maior de fobia e ansiedade em pessoas depressivas. Nesse sentido, será que há um exercício melhor do que outro para as pessoas com depressão?

EXERCÍCIO AERÓBIO

Alguns pesquisadores relatam que atletas que treinaram durante 30 minutos na esteira obtiveram aumento significativo dos níveis de AERÓBIO NA ESTEIRAβ-endorfinas (Di Luigi et al. 2003). No entanto, em outro estudo Bender et al. (2007) relatam que não foi constatado diferença dos níveis das β-endorfinas em repouso entre pessoas ativas e sedentárias.

As evidências apontam que a intensidade na qual o exercício é realizado tem bastante influencia na liberação das β-endorfinas. De acordo com o estudo de Rahkila et al. (1988) os níveis das β-endorfinas só aumentaram quando exercício foi realizado numa intensidade muito alta (entre 92 a 98% do VO2máx) ao passo que quando realizado numa intensidade moderada não foi constatado aumento significativo dos níveis das β-endorfinas.

 

 

EXERCÍCIO RESISTIDO (MUSCULAÇÃO)

 musculação- Já para o exercício de resistência (musculação) as evidências apontam que não ocorre um aumento dos níveis das β-endorfinas. No entanto, um estudo que comparou pessoas sedentárias e praticantes de musculação constatou que o exercício realizado na intensidade moderada não influenciou nos níveis das β-endorfinas, ao passo que, quando foi realizado numa intensidade maior houve o aumento significativo das β-endorfinas em ambos os grupos (Viru, Tendzegolskis 1995). Finalmente, Kraemer et al. (1993) pondera que as mudanças nos níveis das β-endorfinas durante o exercício de resistência é dependente do nível de condicionamento da pessoa, esforço e do período de intervalo entre as séries.

 

 

Embora não há um consenso na literatura, as evidências apontam que o exercício de alta intensidade induz um aumento significativo das β-endorfinas. Sendo assim, penso que as pessoas com depressão devem priorizar a realização de exercícios de intensidade moderada, uma vez que, as evidências apontam que aumentos significativos das β-endorfinas são correlacionados com um aumento do estado de fobia e ansiedade nas pessoas depressivas.

Saiba mais:

https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/19/endorfinas-exercicio-e-depressao/

https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/16/exercicio-aerobio-no-tratamento-da-depressao/

 

REFERÊNCIAS

Bender, T. The effect of physical therapy on beta-endorphin levels. Eur J Appl Physiol (2007) 100:371–382.

Di Luigi, L. et al. Heredity and pituitary response to exercise-related stress in trained men. Int J Sports Med 24:551–558, (2003).

Kraemer, W. J. et al. Effects of different heavy-resistance exercise protocols on plasma beta-endorphin concentrations. J Appl Physiol 74:450–459, (1993).

Rahkila, P. et al. Betaendorphin and corticotropin release is dependent on a threshold intensity of running exercise in male endurance athletes. Life Sci 43:551–558, (1988).

Viru, A.; Tendzegolskis, Z. Plasma endorphin species during dynamic exercise in humans. Clin Physiol 15:73–79, (1995).

Endorfinas, Exercício e Depressão

“Vou fazer minha corrida porque estou precisando liberar umas endorfinas”

 Talvez você já tenha ouvido falar dessa substância e dos seus benefícios, mas será que as endorfinas são benéficas para pessoas com depressão?

Primeiramente é importante mencionar que as endorfinas são neuropeptídeos endógenos liberados na circulação sanguínea pela hipófise mediante a pratica de um exercício intenso ou um quadro de emoção ou de dor, com a finalidade de induzir analgesia e uma sensação de bem-estar (Fichna et al., 2007). As endorfinas pertencem a uma família, na qual incluem as endorfinas do tipo α, β, gama e sigma (Bender et al., 2006).

Será que todas elas possuem alguma relação com o exercício e/ou com a depressão?

As evidências científicas apontam um papel principal para as β-endorfinas. Segundo alguns pesquisadores, os mecanismos pelos quais o exercício melhora os sintomas depressivos ainda não estão bem definidos na literatura científica, entretanto as evidências apontam que o exercício físico induz um aumento da liberação das β-endorfinas no encéfalo, que por sua vez, reduzem a dor e causa um estado de euforia geral, o que contribui na redução dos sintomas depressivos (Navines et al., 2008).

endorfinas

Contudo, essa é uma teoria que esta sendo proposta pelos pesquisadores (Dinas et al. 2011), e assim, há a necessidade de mais pesquisas para avaliar de forma mais precisa se as β-endorfinas contribuem para a redução dos sintomas depressivos. Isso deve ser considerado, pois Darko et al. (1992) constataram que níveis muito elevados de β-endorfinas foi associado com casos mais severos de ansiedade e fobia em pessoas depressivas.

Considero que o exercício de intensidade moderada pode ser mais confiável nessa situação e a pessoa com depressão pode realizar o exercício de forma segura

Diante dessas dúvidas, a ideia é abordar num próximo post se as diversas modalidades de exercício aumentam os níveis de β-endorfinas e em que magnitude ocorre esse aumento.

Até lá!

Saiba mais:

https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/10/exercicio-fisico-um-aliado-para-o-tratamento-da-depressao/

https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/16/exercicio-aerobio-no-tratamento-da-depressao/

https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/17/depressao-como-elaborar-um-treinamento/

 

REFERÊNCIAS

Bender, T. The effect of physical therapy on beta-endorphin levels. Eur J Appl Physiol (2007) 100:371–382.

Darko, D. F. et al. Association of beta-endorphin with specific clinical symptoms of depression. Am J Psychiatry. 1992 Sep;149(9):1162-7.

Dinas, P. C. et al. Effects of exercise and physical activity on depression. Ir J Med Sci (2011) 180:319–325.

Fichna, J. The endomorphin system and its evolving neurophysiological role. Pharmacol Rev 59(1):88–123, (2007).

Navines, R. et al. Interaction between serotonin 5-HT1A receptors and beta-endorphins modulates antidepressant response. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry 32(8):1804–1809 (2008).