“Vou fazer minha corrida porque estou precisando liberar umas endorfinas”
Talvez você já tenha ouvido falar dessa substância e dos seus benefícios, mas será que as endorfinas são benéficas para pessoas com depressão?
Primeiramente é importante mencionar que as endorfinas são neuropeptídeos endógenos liberados na circulação sanguínea pela hipófise mediante a pratica de um exercício intenso ou um quadro de emoção ou de dor, com a finalidade de induzir analgesia e uma sensação de bem-estar (Fichna et al., 2007). As endorfinas pertencem a uma família, na qual incluem as endorfinas do tipo α, β, gama e sigma (Bender et al., 2006).
Será que todas elas possuem alguma relação com o exercício e/ou com a depressão?
As evidências científicas apontam um papel principal para as β-endorfinas. Segundo alguns pesquisadores, os mecanismos pelos quais o exercício melhora os sintomas depressivos ainda não estão bem definidos na literatura científica, entretanto as evidências apontam que o exercício físico induz um aumento da liberação das β-endorfinas no encéfalo, que por sua vez, reduzem a dor e causa um estado de euforia geral, o que contribui na redução dos sintomas depressivos (Navines et al., 2008).
Contudo, essa é uma teoria que esta sendo proposta pelos pesquisadores (Dinas et al. 2011), e assim, há a necessidade de mais pesquisas para avaliar de forma mais precisa se as β-endorfinas contribuem para a redução dos sintomas depressivos. Isso deve ser considerado, pois Darko et al. (1992) constataram que níveis muito elevados de β-endorfinas foi associado com casos mais severos de ansiedade e fobia em pessoas depressivas.
Considero que o exercício de intensidade moderada pode ser mais confiável nessa situação e a pessoa com depressão pode realizar o exercício de forma segura
Diante dessas dúvidas, a ideia é abordar num próximo post se as diversas modalidades de exercício aumentam os níveis de β-endorfinas e em que magnitude ocorre esse aumento.
Até lá!
Saiba mais:
https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/10/exercicio-fisico-um-aliado-para-o-tratamento-da-depressao/
https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/16/exercicio-aerobio-no-tratamento-da-depressao/
https://williamcarvalhoamaral.wordpress.com/2013/07/17/depressao-como-elaborar-um-treinamento/
REFERÊNCIAS
Bender, T. The effect of physical therapy on beta-endorphin levels. Eur J Appl Physiol (2007) 100:371–382.
Darko, D. F. et al. Association of beta-endorphin with specific clinical symptoms of depression. Am J Psychiatry. 1992 Sep;149(9):1162-7.
Dinas, P. C. et al. Effects of exercise and physical activity on depression. Ir J Med Sci (2011) 180:319–325.
Fichna, J. The endomorphin system and its evolving neurophysiological role. Pharmacol Rev 59(1):88–123, (2007).
Navines, R. et al. Interaction between serotonin 5-HT1A receptors and beta-endorphins modulates antidepressant response. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry 32(8):1804–1809 (2008).